sexta-feira, 26 de abril de 2013

Lenda da descoberta da ilha de Santa Maria

LENDA DA DESCOBERTA DA ILHA DE SANTA MARIA
A lenda passa-se à época do Infante D. Henrique, fundador da mítica Escola Náutica de Sagres. De acordo com ela, Gonçalo Velho Cabral, marinheiro do Infante, frade devoto da "Nossa Senhora", por ordem daquele fez-se ao mar numa caravela, fazendo uma promessa à Virgem de dar o nome dela à primeira terra que encontrasse no "mar Oceano".
As viagens marítimas dos descobrimentos eram geralmente difíceis, demoradas e imprevisíveis. Os marinheiros dependiam do vigia, no alto cesto da gávea quase na ponta de um mastro, para olhar o horizonte, desde o raiar da madrugada até ao anoitecer e tentar descobrir terra.
Gonçalo Velho esquadrinhava os mapas, anotava as correntes e rezava. Passaram-se calmarias e tempestades, noites e dias, meses... Foi então que num dia de Verão, no dia de Nossa Senhora em Agosto, amanheceu um dia claro, suave, de céu limpo. A vista alcançava grandes distâncias.
Na linha do horizonte foi surgindo uma nuvem, que foi se agigantando, ganhando forma e nitidez. A dada altura o gajeiro já não tinha mais dúvidas e gritou: "Terra à vista!". Gonçalo Velho Cabral e a restante marinhagem começavam o dia, como era hábito nessas alturas, com orações a Deus e a Nossa Senhora para que os ajudasse a encontrar terras novas. Estavam a rezar a "Ave Maria", e nesse preciso momento pronunciavam "Santa Maria".
Gonçalo Velho considerou que se tratava de um milagre de Nossa Senhora a lembrar-lhe a promessa que tinha feito. Esta era a primeira ilha descoberta nos Açores, a "ilha mãe", que recebeu de imediato o nome de ilha de Santa Maria.
Segundo a lenda, esta fé de Gonçalo Velho perpetuou-se no local, onde ainda se mantém grande devoção em Nossa Senhora, festejada efusivamente no mês de Agosto de cada ano.


SANTA MARIA ENCANTADA


Era no dia de Santa Maria de Agosto e, apesar de ser dia Santo, uma mulherzinha da Praia, estava lavando roupa na pia, fora da porta da cozinha. 
 Quando acabou de lavar e espanejar algumas peças de roupa mais grossas, foi estendê-las a secar no fio. Entretanto olhou para o mar que ficava ali muito próximo. Ficou abismada ao encarar com uma ilha, onde se via montes muito verdes, casas brancas a deitar fumo pela chaminé e roupa alva de neve estendida a secar ao sol. 
 Virou-se para o lado de casa e chamou para dentro pelo marido, com voz aflita, O homem, ouvindo aquilo, veio a correr e, ao chegar à porta da cozinha encarou com o mar e ainda viu o que tanto tinha espantado a mulher. Mas esta, quando se virou de novo para fora, já não viu a ilha, apenas o mar lá estava azul como costuma ser nos dias de Agosto. 
 A mulher contou o que lhe tinha acontecido a alguém e então ficou a saber que aquilo era a verdadeira ilha de Santa Maria que estava encantada. A ilha em que os marienses vivem não é mais que um ilhéu da ilha de Santa Maria e é nesta que vive encantado el-rei D. Sebastião, que aparece por vezes às pessoas, montado no seu cavalo branco. Para que tudo se desencante, basta que alguém que veja o rei diga: “Apareceu o nosso rei D. Sebastião!” 
 Então a verdadeira ilha, que agora está submersa sob as águas e sobre a qual navegam os barcos que cruzam o mar em direção à Madeira e ao Continente, ficará desencantada.





LENDA DA ERMIDA DOS ANJOS


Lá pelo século dezasseis, ainda não havia uma ermida nos Anjos, mas as pessoas tinham uma grande vontade de construir um pequeno monumento, naquele lugar em que Gonçalo Velho e os seus marinheiros tinham desembarcado e onde tinham rezado a primeira missa nas ilhas. 
 Resolveram, por fim, construir a ermida dos Anjos e a população dizia que o melhor sítio era no lugar mais baixo. As pessoas que estavam a fazer a construção não deram ouvidos aos seus pedidos e começaram a juntar a pedra em cima da rocha. Mas as pedras que eram ali postas pelos trabalhadores, na manhã do dia seguinte, sem se saber como, apareciam lá em baixo, no sítio onde hoje está construída a ermida. Este acontecimento estranho começou a incomodar as pessoas e os mestres da obra começaram a acusar a população, dizendo:  
 — São eles que acartam a pedra de noite para o lugar onde queriam. Estão bem enganados! Aqui em cima é que vai ser! 
 Os dias foram passando e o caso foi-se repetindo, mas a população, apesar de acusada, não se denunciava. 
 Certa noite, um pescador, ao passar pelo lugar, deparou-se com uma coisa estranha: as pedras moviam-se sozinhas em direção ao lugar mais baixo. Foi contar o que tinha visto ao chefe da obra e todos os trabalhadores se começaram a rir do pescador. Ele não se acanhou e disse: 
 — Vamos todos logo à noite ao lugar onde vossemecês têm as pedras. 
Assim foi. Quando chegaram lá, puseram-se à espreita e começaram a ver as pedras a rolar e a seguir a imagem de Nossa Senhora. 
 Ninguém teve mais dúvidas. Resolveram construir a ermida onde Nossa Senhora desejava. A assinalar o lugar que primeiro tinham escolhido para a construção e que tinha sido rejeitado por Nossa Senhora puseram uma cruz de pedra, que ainda hoje está sobre o pequeno monte. 
 A imagem de Nossa Senhora que os marinheiros portugueses tinham trazido consigo ficou a enfeitar a primeira igreja dos Açores. Nos Anjos puseram também um tríptico do século quinze, representando a Sagrada Família e os mártires São Cosme e São Damião, que tinha sido o altar da caravela de Gonçalo Velho.




Ermida dos Anjos: memória dos assaltos de piratas









                                                                              

Ermida dos Anjos: campanário.

                                                     
Cruz De Pedra

Ermida Dos Anjos



A LENDA DO PIRATA BEI


Reza a lenda que a expressão “Bei”, muito utilizada na Ilha de Santa Maria, para indicar espanto, admiração, surpresa; se deve a um pirata de nome Bei.

Segundo se diz, esse pirata estaria presente nalguns dos vários ataques que se verificaram à Ilha por parte de piratas da Berbéria ou Barbária,  (designação dada aos piratas que operavam no mediterrâneo e atlântico nordeste a partir da costa da Berbéria, litoral de África, Argélia, Marrocos, Tunísia e Líbia, sendo a base principal em Argel). Berbéria ou Barbária nada tinha a ver com a forma bárbara da sua actuação, mas com a sua origem na costa Ocidental do Magrebe, conhecida na época pelos povos da Europa como costa da Barbária.

Nessas incursões saqueavam e levavam cristãos prisioneiros para vender como escravos nas praças do norte de África, ou de famílias abastadas para exigirem um resgate. Destes últimos resgatados e agradecidos,devotos de Nossa Senhora dos Anjos, surge a irmandade dos Escravos da Cadeínha, reconhecida pelo Bispo de Angra, D. Frei Lourenço de Castro em 1675.






A LENDA DA SEREIA NA PRAIA



A lenda passa-se no tempo do povoamento da ilha, quando os lugares ainda não tinham nome. Numa noite de lua cheia um pescador avistou a boiar calmamente sobre as águas, em direcção à praia, uma mulher de longos cabelos negros e olhos castanhos, que ondulavam como o mar na aragem. Nua da cintura para cima, o seu corpo era de uma beleza única e esplendorosa, com um rosto de extrema suavidade.
O pescador, no areal, ficou deslumbrado com tão rara visão. Espantado e curioso, aproximou-se para averiguar, e quando já estava muito perto da mulher, que brincava nas águas envoltas em luar, percebeu com algum medo que o pescoço da mulher se encontrava desfigurado pelo que lhes pareciam guelras. Da cintura para baixo, apresentava a anatomia de um peixe. Uma sereia!, exclamou o homem espantado com a visão.
Perdido entre o medo e a aflição de não saber o que fazer, e consciente das histórias que se contavam das sereias que encantavam os homens e que os levavam para nunca mais serem vistos, o pescador julgou ser obra do diabo e começou a esconjurar a aparição. Mal o fez, a mulher presa no corpo de sereia voltou a ser simplesmente mulher, saindo das águas nua e pura, envolta em luar.
A lenda não informa se os dois foram felizes para sempre, mas está na origem do nome atribuído a esta praia no mapa feito pelo cosmógrafo real Luís Teixeira em 1584, para Filipe II de Espanha, aquando da sua viagem aos Açores nesse ano, que lhe atribuiu o nome de Plaia Hermosa - Praia Formosa.





LENDA DA DONZELA ENCANTADA


Reza a lenda que na ribeira de Valverde, em Santa Maria, onde as mulheres iam lavar a roupa, o dia começou a anoitecer e à medida que iam terminando o trabalho as mulheres regressavam a casa, ficando no entanto uma para trás acabando de lavar as suas roupas, estava concentrada no trabalho e cantarolando, quando começou a ouvir alguns murmúrios abafados pelo barulho da água corrente vindos do outro lado da ribeira. Parando para descansar um pouco deu-se conta que uma voz feminina se lamentava, entre gemidos e choro, pedia socorro, ao aproximar-se viu uma moça muito formosa, com ar angelical e vestida de branco fluorescente meio escondida entre a vegetação. A lavadeira perguntou à donzela, porque estava tão infeliz, a donzela respondeu que tinha sido encantada por uma fada má e que só lhe era permitido aparecer naquele local de sete em sete anos ao pôr do sol e que enquanto não encontrasse um jovem que a quisesse namorar não poderia voltar à sua condição normal e dizer quem era. Dizendo isto desapareceu.

A lavadeira contou o sucedido na sua vizinhança, mas muitos não acreditaram nela. Passados sete anos muitos rapazes de Valverde foram sentar-se nas margens da ribeira de Valverde, ao pôr do sol, na esperança de ver a donzela encantada, mas ela nunca mais apareceu.

Não perca a esperança ainda pode aparecer um dia…





5 comentários:

  1. lINDO O TEU BLOGUE , COMO É LINDA A LENDA DA ILHA DE SANTA MARIA AÇORES+

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  2. realmente temos coisas bonitas na nossa história

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  3. o teu blog sobre as lendas da ilha de santa maria é muito giro, por acaso não conhecia algumas

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  4. Sou da ilha terceira e esse e o segundo ano que ca venho para fazer o rally no entanto me apaixonei pela ilha seu abitantes e suas hestorias tenho vindo por iniciativa e pesquisa propria a conhecer mais o teu blog e mt bom essa ilha e fantástica paraoano volto e gostava de saber mais sobre os escravos da cadainha e sobre uma escrava em particular se nao estou em erro nome de Ines que tivera uma filha que lhe foi retirada

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